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Resenha: O Espetacular Homem-Aranha

31/07/2012 20:26

 

Por: Luan Pessôa

O ano é 2007. Para ser mais preciso, a partir de 3 de maio de 2007. Pessoas ao redor do mundo começam a assistir a terceira parte e, pelo que descobrimos depois, a última parte da trilogia “Homem-Aranha”. E o resultado ficou muito abaixo do esperado, principalmente porque antes veio “Homem-Aranha 2”. Enfim, fora com o velho e abram espaço para o novo: “O Espetacular Homem-Aranha”.

O filme, que veio arrancando xingamentos de fãs da série do Sam Raimi e do público médio brasileiro, traz uma nova abordagem, diferente da franquia anterior e se aproximando mais das HQs de Stan Lee e Steve Ditko. Peter Parker (Andrew Garfield) agora é um adolescente um pouco revoltado, sem saber sobre sumiço de seus pais ainda quando era criança e tentando sobreviver na escola, enquanto baba pela bela (sim, eu preciso dizer “bela”) Gwen Stacy (Emma Stone <3) e leva porrada do Flash Thompson. Um dia, sem querer, encontra a maleta de seu pai, com pistas do trabalho que estava fazendo na OSCORP antes de sumir. Essas pistas levam ao Dr. Curtis Connors (Rhis Ifans, muito bom no papel), aí tudo vira festa! Tem lagarto, aranha, picada, ratos, equações, Coldplay, etc.

A escolha de Andrew Garfield para o papel de Peter Parker foi muito boa, para não dizer perfeita. Garfield (favor não confundir com o gato) entrega um Peter Parker cheio de nuances e insegurança. Um dos acertos do filme é o fato de que quando Peter está vestido de Homem-Aranha, ele se torna um cara sarcástico e brincalhão, uma característica que não estava presente nos outros filmes do Cabeça de Teia. Continuando os pontos positivos, a relação entre Gwen e Peter está muito mais realista e o casal tem muito mais carisma devido a habilidade de Mark Webb (responsável por (500) Dias Com Ela) para diálogos fofos. E se anteriormente, Webb mostrou que consegue mostrar uma relação amorosa de modo leve e... “gostoso” em sua estréia no cinema com (500) Dias Com Ela, agora ele mostra que consegue filmar cenas de ação empolgantes e muito bem coordenadas. Nota-se que houve um cuidado maior na hora de criar o Lagarto e de mostrar como o uniforme do Homem-Aranha, principalmente pelo fato da produção ter utilizado os lançadores de teia artificiais, algo muito bem amarrado no roteiro de James Vanderbilt.

Retratar Peter Parker chegando cheio de ferimentos de brigas após suas patrulhas como Homem-Aranha em casa e tendo que confrontar sua tia May é uma escolha digna de aplausos, pois oferece um novo modo de ver o personagem que não foi possível ver na trilogia de Raimi. E o filme acaba misturando muito bem elementos já conhecidos pelo público já familiarizado com os filmes anteriores com elementos conhecidos pelos fãs da HQs, sem parecer forçado ou sozinho na trama.

Um dos problemas do filme, ironia ou não, é o problema com a quantidade de subtramas ao longo da projeção que acabam ficando sem resolução (espero que sejam resolvidas numa sequência, como a cena pós-créditos nos mostra, o mistério com os pais de Peter continua) e acabam saturando a trama que em alguns momentos torna-se um pouco arrastada.

Apresentando um resultado mais do que satisfatório, “O Espetacular Homem-Aranha” pode agradar alguns, deixar outros decepcionados e trazer novos fãs o herói, sem deixar de ser aquele Peter Parker com quem todos se identificam e amam.

Nota: 4/5